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Fernanda Gamba

Desejo, risco e solidão: a vida psíquica do empreendedor no mundo pet

Escrito por Fernanda Gamba

13 NOV 2025 - 11H50

Ser empreendedor, especialmente no universo pet, é um ato de coragem. Exige lidar com a instabilidade, sustentar riscos e, muitas vezes, enfrentar a solidão de quem precisa decidir sozinho. Por trás da vitrine de inovação e autonomia, existe também a angústia de não ter garantias, a comparação com colegas e o medo do fracasso.

Freud falava da repetição: muitos empreendedores se veem recriando, em seus negócios, antigas histórias de sucesso ou de falha, como se algo os empurrasse a viver de novo o que não foi resolvido. Lacan nos mostra que o sujeito não é todo dono do seu destino: por trás das metas e estratégias, há sempre um inconsciente que empurra para além do que se planeja.

Winnicott lembra que a capacidade de estar só é essencial para criar — mas estar só não é o mesmo que estar isolado; é a solidão sustentada pela confiança em vínculos que permitem ousar. Klein, por sua vez, aponta como a inveja e a culpa podem aparecer na trajetória empreendedora: inveja dos que parecem ter mais sucesso, culpa por desejar prosperar quando outros não conseguem.

No mercado pet, essa dinâmica é ainda mais sensível: os clientes projetam nos profissionais suas angústias e expectativas, tornando cada atendimento uma prova de valor. Por isso, falar de empreendedorismo não é apenas falar de finanças e gestão: é falar de como cada sujeito sustenta seu desejo diante dos riscos e encontra formas de não se perder na solidão.

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