Recentemente, começaram a circular nas redes sociais prescrições das polêmicas canetas emagrecedoras, como Mounjaro e Ozempic, para pets. Essa “novidade” deixou médicos-veterinários e tutores confusos quanto a sua real aplicabilidade para cães e gatos.
Para falar um pouco sobre o assunto conversamos com a médica-veterinária pós-graduada em Endocrinologia e Metabologia de cães e gatos, Beatriz Quevedo Camargo.
Segundo a profissional, o uso de canetas emagrecedoras em cães e gatos, por enquanto, é considerado “off label”, ou seja, fora de bula.
“Ainda não existe validação técnica pelos órgãos responsáveis para a utilização nesses animais diante da escassez de estudos robustos que tragam segurança para a sua utilização”, explica.
Por outro lado, a especialista comenta que nas poucas pesquisas já feitas foram observados resultados promissores.
Exemplo é o estudo realizado na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), sob liderança da professora doutora Sofia Borin Crivellenti, que avaliou o uso de análogos de GLP-1, como o liraglutida, em gatos obesos.
“Para cães, mesmo sabendo que em alguns estudos sobre estes medicamentos para humanos foram utilizados modelos caninos, ainda falta segurança para determinação correta da posologia e protocolo”, cita.
Com isso, Beatriz esclarece que, devido à falta de comprovação científica, ainda não se tem certeza da segurança e eficácia desses medicamentos para pets.
O que são as canetas emagrecedoras?
“As canetas emagrecedoras, como o Mounjaro e Ozempic, são medicamentos conhecidos como incretinas, ou análogos do GLP-1, que têm a função de equilibrar os níveis de glicose no sangue. São utilizados para controle do apetite, regulação da secreção de insulina e, por consequência, promoção da perda de peso”, pontua.
Com relação aos efeitos colaterais, a médica-veterinária cita que em humanos são apontados hipoglicemia, náusea, diarreia e dor abdominal.
“Em cães e gatos já foram relatados efeitos semelhantes”, informa.
Quando as medicações podem ser indicadas?
Beatriz esclarece que antes da prescrição das canetas emagrecedoras é preciso considerar os hábitos alimentares, estilo de vida, nível de atividade física e doenças concomitantes.
“Porém, é necessário lembrar que essas medicações ainda não possuem segurança e eficácia determinadas, especialmente, pois sabemos das diferenças metabólicas existentes entre a espécie humana e as espécies de animais domésticos”, alerta.
Além disso, para ela o ideal é que os pets em uso dessa alternativa passem por um atendimento veterinário multidisciplinar, assim como é feito com humanos, envolvendo clínico geral, endocrinologista, nutricionista e demais especialidades a depender das comorbidades do paciente.
“O monitoramento precisa ser intenso diante do desconhecimento dos seus efeitos colaterais e riscos”, comenta.
Como tratar a obesidade em cães e gatos?
De acordo com a profissional, atualmente, o manejo da obesidade é realizado através da combinação de dieta controlada e personalizada para cada pet com intuito de promover déficit calórico; rotina regular de atividades físicas e acompanhamento metabólico por parte do médico-veterinário.
Como existem outras formas de promover o emagrecimento dos pets, é importante ter cautela ao pensar em utilizar as medicações para emagrecer nos animais.
“O uso dessas medicações pode expor os pets a efeitos colaterais e riscos até hoje desconhecidos, como hipoglicemia. Logo, à medida que não se conhece de forma clara e ampla sobre os seus efeitos nas espécies domésticas é indicado evitá-las”, conclui.
Fonte: Cães e Gatos
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