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CFMV apresenta diagnóstico inédito do ensino de Medicina Veterinária no Brasil e anuncia agenda de ações para garantir qualidade e segurança à sociedade

Entre os dados, destacam-se 580 cursos presenciais autorizados e 87,4 mil vagas anuais em janeiro de 2025



Maria Clorinda Fioravanti, presidente da CNMEV/CFMV, apresenta diagnóstico do ensino da Medicina Veterinária no Brasil

O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), por meio da Comissão Nacional de Educação em Medicina Veterinária (CNEMV), apresentou nesta quarta-feira (24), na 3ª Câmara Nacional de Presidentes do Sistema CFMV/CRMVs, no Rio de Janeiro, um diagnóstico abrangente sobre o cenário da graduação em Medicina Veterinária no país e uma agenda de medidas para elevar padrões de qualidade, proteger a sociedade e alinhar a formação às Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs). Entre os dados, destacam-se 580 cursos presenciais autorizados e 87,4 mil vagas anuais em janeiro de 2025, números que acendem alerta para expansão acelerada e heterogênea de qualidade.

A presidente da CNEMV, professora Maria Clorinda Soares Fioravanti, reforça que a Medicina Veterinária é um curso da área da saúde. “Só nos serve a presencialidade”. Para ela, “o crescimento acelerado dos cursos, muitas vezes sem qualidade adequada, traz riscos à saúde pública, ao agronegócio e à sociedade. É preciso reverter esse quadro com planejamento, governança e transparência”.

O levantamento relaciona o aumento expressivo de processos éticos profissionais (PEPs) a problemas de formação e supervisão prática, e indica que a superoferta de cursos e vagas pode favorecer a desvalorização profissional, com impacto direto na qualidade dos serviços prestados à população, ao agronegócio e à saúde pública. “O excesso de vagas e a falta de integração com as Diretrizes Curriculares Nacionais podem levar à desvalorização profissional e fragilizar a proteção que a sociedade espera dos médicos-veterinários”, completa Maria Clorinda.

Como resposta, o CFMV/CNEMV anuncia um pacote de ações estruturantes: criação do Painel CFMV dos Cursos de Medicina Veterinária do Brasil (com atualização anual e entrega inicial em 2025); retomada do Sistema Nacional de Acreditação de Cursos (selo voluntário de qualidade); preparação do Exame Nacional de Certificação Profissional (com base legal definida e proposta inicial voluntária); acompanhamento da implementação das novas DCNs até 2026; revisão de resoluções para hospitais-escola, clínicas, fazendas-escola e RT; debate nacional sobre residência/especialização; ações técnicas de suporte a decisões políticas; e institucionalização do Censo Demográfico da Medicina Veterinária.

O estudo compara ainda a densidade de profissionais por mil habitantes no Brasil e no exterior: enquanto a média europeia é de 0,38 e países como EUA (0,36) e Canadá (0,33) mantêm relações estáveis, o Brasil alcança 0,77, o que exige planejamento demográfico, distribuição regional e qualidade formativa para evitar gargalos e proteger a saúde única (humana, animal e ambiental).

“A Comissão do CFMV defende o fortalecimento de um sistema orgânico e perene de educação no âmbito CFMV/CRMVs, com governança, dados públicos e comunicação ativa com a sociedade por meio de um Portal da Educação, assegurando transparência e incentivo à melhoria contínua”, ressalta Maria Clorinda.

Uma reportagem detalhada com o diagnóstico do ensino da Medicina Veterinária no brasil será publicada na próxima edição da Revista CFMV, prevista para o início de outubro.

Prêmio de Jornalismo Sistema CFMV/CRMVs - Participe da primeira edição do Prêmio de Jornalismo do Sistema CFMV/CRMVs. As inscrições vão até o dia 15 de novembro de 2025 e devem ser realizadas pelo site oficial premiojornalismo.cfmv.gov.br. O edital completo, com todas as regras, categorias e orientações para participação, está disponível no mesmo endereço. A premiação tem caráter exclusivamente cultural e busca reconhecer o trabalho da imprensa na valorização das profissões de médico-veterinário e zootecnista. O tema da edição de estreia é “Saúde Única: a atuação do médico-veterinário e do zootecnista no cuidado integral com humanos, animais e meio ambiente”, e contempla assuntos como uso racional de antimicrobianos, prevenção de doenças, sustentabilidade na pecuária e descarte correto de resíduos.

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