Recentemente, participei de uma live da ABHV e, no meio da conversa, surgiu um questionamento que me fez refletir: “Não seria papel da Geração Z apresentar novas tecnologias e soluções de IA para seus líderes e colegas mais velhos?”
A ideia é natural, afinal as novas gerações nasceram com um celular na mão e cresceram na Internet, portanto esse processo seria o mais óbvio a se seguir. Só tem uma questão que esquecemos de pontuar: nascer conectado não é sinônimo de ser alfabetizado digitalmente.
E digo isso por experiência própria como “Gen Z”.
Eu mesmo só me aprofundei de verdade no uso da IA quando uma professora do meu MBA, Nani Vicente, a qual sou profundamente grato pelos ensinamentos e que pertence a outra geração, me abriu os olhos para o potencial dessas ferramentas e me ensinou como utilizá-las. Foi dela que veio a coragem e a curiosidade que me fizeram continuar estudando, aplicando e refinando meu uso dessas ferramentas. Então é sobre buscar conhecimento e assumir responsabilidade e fazer cursos e treinamentos.
E responsabilidade é a palavra que tá faltando na conversa. Porque, segundo uma pesquisa realizada pela Gusto, empresa de tecnologia focada em gestão pessoas e recursos humanos, revela que 45% dos profi ssionais usam IA no trabalho sem o conhecimento dos seus gestores e pior: já tem funcionário pagando do próprio bolso por ferramentas de IA, escondido da empresa, com medo de ser demitido por “baixa produtividade” se não acompanhar o ritmo.
Isso não é inovação. É sintoma de um ambiente tóxico e de uma liderança que não sabe como lidar com novas tecnologias. E aqui vem outra bomba: segundo uma outra pesquisa da AtlasIntel/Bloomberg 67,2% dos brasileiros já utilizam ferramentas de IA no seu dia a dia, porém 48% afirmam não entender como essas tecnologias funcionam!
Qual o primeiro pensamento que me vem à mente? Funcionários sem treinamento adequado podem comprometer dados sensíveis sem perceber!
As IAs generativas salvam tudo que é conversado em nuvem, podendo absorver informações de prontuários, dados veterinários e conversas íntimas com tutores. Se esses dados entrarem numa base de IA sem consentimento ou anonimização, há risco real de violação da LGPD, com consequências graves. Uma vez que esses dados podem ser acessados por qualquer um com o prompt for certo. E ainda estamos longe de ter empresas preparadas para lidar com isso
Portanto se existe uma lição clara aqui, é esta: cabe aos líderes se atualizarem e liderarem pelo exemplo. E isso significa: Buscar conhecimento sobre IAs e novas tecnologias; Entender quais ferramentas são seguras e estratégicas; Decidir quais devem ou não ser utilizadas pelo seu time; Criar políticas claras de uso e por fim treinar e acompanhar a equipe constantemente.
A Geração Z pode (e deve) contribuir com novas ideias, mas é a liderança que precisa garantir que essas ideias sejam aplicadas com segurança, ética e estratégia.
E no fim, a tecnologia não substitui o que mais importa no trabalho: a capacidade humana de aprender, adaptar, liderar e ter senso crítico.
M.V. Luís Felipe Seabra Sócio proprietário da Agência de Marketing Veterinário VetDesenvolve.
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