Vet, você já percebeu que o mercado de gatos deixou de ser nicho faz tempo? O crescimento é real — mais presença nos lares, mais visitas ao veterinário, mais investimento por animal. E quando um movimento cresce assim, ele não pede permissão: ele redefine o jogo. Atender felinos hoje não é só encaixá-los no modelo pensado para cães; é repensar a lógica da clínica. Dá pra unir ética, lucro e resultados clínicos melhores quando o serviço é estruturado para o gato, do manejo ao ambiente. E quem entende isso cedo, fideliza responsáveis de um jeito que concorrência nenhuma alcança.
O Brasil vive um momento singular na medicina veterinária: somos um dos maiores países em população pet e, dentro desse universo gigantesco, os gatos seguem avançando como um mercado que cresce em silêncio, mas com força. Dos mais de 160 milhões de animais de companhia estimados no país, cerca de 30 milhões são felinos — e esse número não está apenas aumentando, ele está moldando novas demandas, novos serviços e um novo tipo de cliente. Relatórios internacionais já mostram que, enquanto as visitas gerais à clínica estabilizam, as visitas felinas continuam subindo. É como se o gato dissesse ao mercado: “Eu vou ocupar espaço com ou sem você”. E ele está ocupando.
Os responsáveis por gatos são bastante conscientes do manejo clínico e podem reduzir a frequência de consultas se notarem estresse ou falta de preparo nas clínicas. Eles esperam um atendimento que compreenda o comportamento felino, minimize o estresse e reconheça sinais sutis de dor. Essa demanda por um atendimento diferenciado não é apenas uma tendência, mas uma realidade significativa.
O gato não é “cachorro pequeno”, e clínicas que insistem nessa analogia pagam o preço com erros em diagnósticos, baixa adesão e pouca fidelização. Em contrapartida, aquelas que investem em um ambiente amigável para os gatos e oferecem atendimento especializado tendem a obter resultados positivos, como maior retorno dos clientes, aumento de ticket médio e um fluxo de trabalho mais estável
Implementar mudanças práticas pode ser simples, começando com agendas que respeitam o perfil felino, com horários mais calmos ou salas menos movimentadas; teletriagens que reduzem tempo em ambiente estressante; e treinamentos rápidos para a equipe, focados em leitura corporal e contenção minimamente invasiva — sempre alinhados às diretrizes da AAFP, quando aplicáveis. No front comercial, clínicas que mostram claramente que “falam gato” se destacam: conteúdo educativo sobre manejo, vídeos curtos de consultas tranquilas, orientações sobre transporte e depoimentos reais de responsáveis aumentam confiança e reforçam posicionamento.
Mudanças na estrutura da clínica devem ser feitas com cuidado para evitar investimentos impulsivos. Pequenos ajustes, como a criação de um turno semanal dedicado a gatos, permitem medir o impacto real nas visitas e na receita. Também é importante que as clínicas não tentem atender a todos os públicos de uma vez, “nichar” não significa excluir, significa entregar com excelência onde existe demanda crescente, tudo precisa ser adaptado para funcionar.
E, a mensagem central é clara: o mercado felino já está aí, crescendo e pedindo profissionais preparados. Quem voltar os olhos agora para os gatos não estará só acompanhando uma tendência — estará construindo vantagem competitiva real. Quem não virar… bem, vai assistir de longe enquanto outros ocupam o espaço.
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