O envelhecimento articular em cães e gatos é um dos maiores desafios da clínica de pequenos animais, especialmente diante da crescente longevidade dos pets. A osteoartrite (OA) é atualmente a doença osteoarticular crônica mais comum na rotina veterinária — e, como mostram diversas revisões sistemáticas e ensaios clínicos, o exercício estruturado é um dos pilares mais importantes para preservar função, reduzir dor e retardar a progressão do processo degenerativo.
Por que o exercício importa no envelhecimento articular?
1. Combate à sarcopenia
O declínio gradual da massa e força muscular afeta diretamente a estabilidade das articulações. A sarcopenia, comum em pacientes idosos, leva à sobrecarga mecânica de articulações já comprometidas e acelera a progressão da OA.
Exercícios de fortalecimento — especialmente os resistidos e funcionais — são comprovadamente eficazes para preservar musculatura e melhorar suporte articular.
2. Melhora da propriocepção e controle motor
O treino proprioceptivo, frequentemente negligenciado, reduz picos de pressão articular promovendo uma distribuição mais equilibrada da carga. Isso se traduz em melhor qualidade de movimento e menor incidência de claudicação, especialmente em pacientes com OA de quadril e joelho.
3. Redução da inflamação e modulação metabólica
A atividade física regular, principalmente quando associada ao controle de peso e dietas ricas em EPA/DHA, modula mediadores inflamatórios sistêmicos e articulares. O resultado é redução da dor, melhora da funcionalidade e progressão clínica mais lenta.
O que dizem os estudos e revisões recentes?
Revisões sistemáticas e guidelines sobre manejo multimodal da OA mostram forte consenso: o exercício, em conjunto com a fisioterapia, é intervenção central na abordagem de cães e gatos idosos com doença articular.
Ensaios clínicos randomizados
Estudos controlados demonstram que protocolos de fisioterapia — combinando massagem terapêutica, eletroterapia e exercícios funcionais — diminuem dor e melhoram marcha de pacientes com OA de quadril, resultados confirmados tanto por escalas clínicas quanto por medidas instrumentais.
Avaliação objetiva da resposta ao exercício
Métodos como plataformas de força (PVF), acelerômetros e escalas de dor validadas vêm ganhando relevância na prática clínica. Eles aumentam a sensibilidade para detectar ganhos funcionais e permitem ajustar protocolos de forma mais precisa.
Hidroterapia com esteira aquática
A água cria um ambiente de baixo impacto que permite movimento eficiente mesmo em pacientes com dor severa ou obesidade. Revisões descrevem melhora de força, amplitude de movimento e condicionamento — sendo uma das modalidades mais seguras e eficazes para geriátricos.
O que ainda precisamos estudar?
Apesar dos avanços, ainda faltam: grandes estudos multicêntricos que padronizem protocolos, pesquisas específicas em felinos, biomarcadores que correlacionem exercício a progressão estrutural da AO, dispositivos validados por raça/porte para monitoramento de atividade
Conclusão: exercício deve ser prescrito como terapia
O envelhecimento articular não é um processo inevitavelmente limitante.
Cães e gatos idosos podem manter excelente qualidade de vida quando a reabilitação é integrada ao cuidado clínico — e o exercício, conduzido de forma estruturada, é um dos agentes terapêuticos mais eficazes que temos.
A literatura atual é clara: exercício não é apenas recomendado — é parte indispensável do manejo multimodal da osteoartrite e da prevenção da perda funcional em pets idosos.
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